sábado, 26 de março de 2011

Enquanto isso, no trabalho...



Mas que porra, Batman, se tem uma coisa que me deixava injuriado, nos últimos anos, era o trabalho.
Não, não as escalas malditas, nem a desvantagem tática, nem as ordens de servíço absurdas. O que me entristecia mesmo, era que nunca parecia bom o suficiente.
Eu entrava no turno pensando em fazer algo que me desse um pouco de reconhecimento no "pós-turno", na hora em que eu chegasse em casa... e não importava o que eu fizesse, tudo sempre parecia errado demais, violento demais, desinteressante demais.
Cheguei a pensar que talvez eu estivesse errado e fosse algum tipo de sociopata violento, torturador e assassino. Fingi culpa e remorso, para tentar não parecer "menos humano".
Demorei a aceitar que o que faço, jamais terá reconhecimento, jamais serei considerado um "bom homem", como um imbecil qualquer que fala em proteger os animais (não se ofendam, estou me referindo a um imbecil em particular).
Com todo esse turbilhão de merda acontecendo na vida, aprendi, pelo menos neste quesito, a não depender de ninguém.
Faço o que faço, como faço, por um objetivo maior... e modéstia à parte, sou bom nisso. Volto das escalas sempre vivo, outros não tem esta sorte.
Lembro de todas as pessoas que ajudei ou salvei, e isso é diariamente, e acho que, lá no fundo... sou um bom homem sim, independente do reconhecimento alheio.
Sou violento?
Sim... mas trabalho com pessoas violentas, num mundo violento, onde eles são os animais. Violência é minha ferramenta de trabalho, e sei usá-la bem demais.
Não acho que o trabalho tenha alterado a minha essência... acho que ele apenas me fez mais descrente do ser humano, mas não me tornou mais ou menos violento.
Remorso?
Desconheço. Nunca fiz, no âmbito profissional, qualquer coisa da qual possa me arrepender. Se tivesse feito diferente, não estaria aqui, escrevendo estas bobageiras.
Sobre a vida profissional interferindo na vida pessoal?
Bom... aprendi que, quem não quer andar lado a lado com o lobo, que ande entre as ovelhas.
Não tenho mais paciência para dramas.

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